Um veterano de várias campanhas presidenciais explica o motivo de Sérgio Moro (Podemos) ter chacoalhado a chamada terceira via: “Até aqui, o ex-juiz está mostrando apetite e rumo”. Não é pouco para quem era considerado um principiante na política, especialmente quando comparado a outras alternativas de grande quilometragem eleitoral, como Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), por exemplo. As declarações de Moro combinam contundência e sentido estratégico, algo difícil de ser encontrado na pasmaceira do “centro”.
ALVO PREFERENCIAL – O ex-juiz escolheu Jair Bolsonaro com alvo preferencial, mas sem deixar de polarizar com Lula (PT). E a forte reação do presidente indica que ele sentiu o baque.
“Percebi boas condições de convergências. Interesse comum em ajudar o País a ter uma alternativa em 2022 à polarização instalada”, disse Eduardo Leite (PSDB) ao Estadão após o encontro que manteve com Sérgio Moro, neste sábado, dia 4, em Porto Alegre. Do lado do PT, apesar de avançadas, as conversas de Geraldo Alckmin com o pessoal do campo da esquerda estão longe de chegar a um acerto definitivo, diz um participante das negociações. O cenário está tão aberto que o ex-governador pode sair de aliado de Fernando Haddad no plano nacional para adversário do petista na disputa pelo governo do Estado.
MDB LANÇA SIMONE – Em Brasília, a direção do MDB lançou ontem (8) a pré-candidatura presidencial da senadora Simone Tebet, do Mato Grosso do Sul.
A decisão, porém, enfrenta muita resistência. O senador paraense Jader Barbalho, por exemplo, tem dito a interlocutores que o MDB poderá indicar o vice de Lula. Nas bancada do Sul, no entanto, o nome do pré-candidato petista não pode nem ser citado entre os emedebistas, que são muito divididos.