Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1
Ao fim desta década, a economia brasileira deve colher mais um resultado decepcionante: dos 191 países monitorados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), 90% vão registrar um crescimento médio melhor do que o do Brasil entre 2011 e 2020.
Os números integram um estudo do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), conduzido por Marcel Balassiano. Se confirmado, o resultado será o pior desde os anos 1980, quando os dados começaram a ser compilados pelo FMI.
As projeções do FMI indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve ter um crescimento médio de apenas 0,9% nesta década – será o pior resultado em 120 anos. Como comparação, o número é bastante modesto em relação ao avanço previsto para os emergentes (4,9%) e para as nações da América Latina e do Caribe (1,7%).
“A situação da economia brasileira é de muita fraqueza. E quando fazemos a comparação com outros países, vemos um quadro muito ruim do Brasil”, afirma Balassiano.
Em números absolutos, nesta década o Brasil só vai ter um crescimento médio melhor do que o de 18 países. Entre eles, está a Argentina. Em recessão e contando com a ajuda do FMI, o país vizinho deve ter crescimento médio de 0,6%.
Pelo levantamento, Portugal, Itália e Grécia também deverão ter resultados piores do que o da economia brasileira – os países europeu enfrentaram um início de década bastante complicado. No fim do ranking de pior desempenho da década, estão Líbia e Venezuela.
Lenta retomada
A década atual tem sido marcada por resultados frustrantes para o Brasil. Em 2015 e 2016, a atividade econômica recuou 3,5% e 3,3%, respectivamente. Foi um marco negativo para a história econômica do país. O Brasil não registrava dois anos seguidos de recuo do PIB desde 1930 e 1931, quando o mundo foi afetado pelos efeitos da crise econômica de 1929.