Bruno Boghossian – Folha de S.Paulo
Dos 31 milhões de votos obtidos por Fernando Haddad no primeiro turno, quase metade saiu das urnas do Nordeste. A popularidade do PT na região não é nenhuma novidade, mas o partido nunca dependeu tanto de seus principais redutos quanto agora.
Seja qual for o resultado da corrida presidencial, a composição do eleitorado petista passa por uma mudança este ano. O desgaste profundo da imagem da sigla e o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) na classe média impulsionam esse rearranjo.
O eleitorado nordestino foi responsável por 46% dos votos dados a Haddad no dia 7. O peso da região é o mais alto do ciclo iniciado com a primeira eleição de Lula, há 16 anos. Ao longo desse período, o partido acumulou força e transformou esses estados em suas fortalezas.
No primeiro turno de 2002, os votos do Nordeste representaram apenas 24% do desempenho de Lula. O mapa eleitoral era relativamente equilibrado. O petista ficou na frente em 23 estados e no Distrito Federal.
Perdeu para Ciro Gomes no Ceará, para Anthony Garotinho no Rio e para José Serra em Alagoas.
Continua…