A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou o patamar recorde de 395% ao ano em julho, segundo o Banco Central. Um ano antes, a taxa estava em 308% ao ano. Essa é a linha mais cara entre as principais modalidades de crédito para o consumo.
A taxa média do cheque especial também subiu e fechou o mês passado em 247% ao ano, segundo o BC. Esse é o maior valor desde novembro de 1995, quando estava em 252% ao ano.
O maior valor registrado pelo BC no custo do cheque especial desde o Plano Real são os 294% ao ano de julho de 1994, início da série histórica da pesquisa mensal de crédito da instituição para esse dado.
A alta dos juros nestas modalidades está em linha com o comportamento geral das taxas bancárias, que acompanham o aumento da taxa básica (Selic) promovido pelo BC desde o ano passado.
Na média, a taxa de juros do crédito ao consumo (crédito livre pessoa física) passou de 49,5% em julho do ano passado para 59,5% ao ano em julho deste ano, de acordo com a pesquisa de crédito do BC. O número é novamente recorde para a série iniciada, nesse caso, em março de 2011.
A inadimplência, que estava em 5,7% em julho do ano passado, caiu para 5,4% neste ano no crédito para pessoas físicas com taxas de mercado. Para as empresas, no entanto, subiu de 3,5% para 4,1%.
ESTOQUE
O estoque total de crédito cresceu 0,3% em julho em relação ao mês anterior e acumula alta de 9,9% em 12 meses, somando R$ 3,11 trilhões. A previsão do BC é encerrar o ano com crescimento de 9%, menor resultado desde 2003.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque de crédito alcançou o pico de 54,7% em dezembro de 2014 e está agora em 54,5%.
O crédito livre cresce a uma taxa de 5,2% em 12 meses. Já as operações com juros e direcionamento controlados pelo governo, que incluem BNDES e crédito imobiliário, cresceram 15,3% na mesma comparação.
VEÍCULOS E IMÓVEIS
As concessões de crédito para veículos cresceram 4,4% na comparação mensal, mas ainda acumulam queda de 8,8% no ano. Esse é um dos principais setores afetados pela retração da economia brasileira e já é alvo de um pacote de ajuda do governo.
No financiamento imobiliário, que foi prejudicado pelas restrições impostas pela Caixa e pela falta de recursos da poupança, houve aumento de 0,4% na liberação de novos financiamentos no mês, com retração de 6,9% no ano.
A concessão de crédito para empresas com recursos do BNDES (banco estatal de desenvolvimento) recuou 38% no mês e 23,5% no ano.