A visita do papa Francisco aos Estados Unidos no segundo semestre deste ano irá dar a ele uma importante plataforma para pressionar os países a adotarem políticas no sentido de conter as mudanças climáticas, em um ano no qual o aquecimento global está se configurando como um problema central tanto para o Vaticano quanto para Washington.
A visita do pontífice, que, segundo ele, quase certo incluirá idas à capital nacional americana e à sede da ONU em Nova York, acontecerá apenas algumas semanas depois da publicação de uma encíclica que exortará os católicos a combaterem as alterações no clima.
Ele também vai usar a encíclica – uma espécie de decreto – para pressionar os líderes das Nações Unidas no sentido de serem mais rígidos em dezembro, quando estes se encontrarão para escrever um acordo internacional visando a redução das emissões e uma ajuda aos países pobres para se adaptarem às novas situações.
A visita do papa também acontecerá no momento em que, nos EUA, os seus líderes estarão debatendo o que fazer sobre as mudanças climáticas e lutando contra a proposta do governo Obama de reduzir as emissões de dióxido de carbono emitidas pelas usinas de energia, movimento mais ambicioso até o momento para reduzir o aquecimento global no país.
Desde que foi eleito como líder da Igreja Católica em março de 2013, o papa argentino fez das mudanças climáticas uma de suas prioridades, e é quase certo que isto continue assim em sua viagem do mês de setembro.
“Eu apostaria 100% que estas questões vão aparecer durante a visita papal, especialmente quando ele discursar na ONU”, disse Christiana Peppard, professora de Teologia na Fordham University e estudiosa do envolvimento da Igreja em várias causas ambientais.
“Acho que ele quer – e é capaz de – exercer alguma pressão política, mas principalmente pressão retórica e moral sobre aquilo que o Vaticano chama de países superdesenvolvidos. Esta pressão iria no sentido de estes países ricos assumirem as suas parcelas de responsabilidade”, declarou Peppard.
Continua…