Argentina: Macri eleito; fim de 12 anos de kirchnerismo…

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Folha de S.Paulo – Mariana Carneiro e Sylvia Colombo

O candidato opositor Mauricio Macri, da coligação de centro-direita Mudemos, foi eleito neste domingo (22) presidente da Argentina. Com 98,24% das seções eleitorais apuradas, ele vencia com 51,46% dos votos, contra 48,54% do governista Daniel Scioli.

Por volta de 21h50 (22h50 em Brasília), o atual chefe de governo da cidade de Buenos Aires começou seu primeiro discurso como presidente eleito. Com lágrimas nos olhos, agradeceu os filhos e a mulher, Juliana Awada, lembrou dos avós e dos pais e abraçou a secretária do pai, Anita, que até hoje trabalha com ele.

“Vamos realizar uma mudança que é para o futuro, para uma nova época. Essa mudança vai pedir toda a nossa energia, para construir a Argentina que sonhamos, com pobreza zero.”

Deu uma mensagem “aos irmãos da América Latina”, dizendo que “quer trabalhar com todos, e encontrar uma agenda de cooperação”. Depois, puxou o coro do “Sí, se puede” (sim, é possível) que o acompanhou durante a campanha. Também enviou mensagem para “aqueles que não votaram em mim”, pedindo que se juntem ao esforço.

Continua…

“Me ajudem a encontrar esse caminho. Esse país é um dos países do mundo com mais espírito empreendedor, e a razão é que nossos avós e pais cruzaram o oceano, sem Facebook nem Twitter e sem saber o que iam encontrar. Eles construíram uma etapa maravilhosa do país.”

Fez referência, assim, à trajetória do pai, empresário italiano que chegou à Argentina nos anos 1940 e virou um dos homens mais ricos do país. Ao final, pediu à Deus “que me ilumine para ajudar a cada argentino”. E pediu: “por favor não me abandonem”.

O discurso de Macri ocorreu cerca de meia hora depois que Daniel Scioli reconheceu sua derrota. Em discurso, ele afirmou ter ligado para Macri para parabenizar o novo presidente argentino e desejou-lhe sorte em seus quatro anos na Casa Rosada.

“Optou-se pela alternância. Optou-se pela mudança. Que Deus ilumine o engenheiro Macri para que esta mudança seja superadora e importante para este país”, disse o candidato governista.

Depois do discurso de Macri, milhares de votantes começaram a comemorar na região do Obelisco, em Buenos Aires. Eles eram menos numerosos que os militantes de grupos kirchneristas que deixavam tristes a Praça de Maio, perto do centro de campanha de Scioli.

O novo presidente assume no dia 10 de dezembro, colocando fim à chamada era Kirchner, iniciada em 2003, com Néstor Kirchner, e continuada por Cristina em 2007.