O 13º salário foi instituído por lei no Brasil em 1962, mas por causa da crise econômica e da queda de arrecadação, pelo menos sete cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) já admitem que terão dificuldades em arcar com a folha extra dos seus servidores neste final de ano, segundo levantamento do JC. Juntos, esses municípios possuem mais de 18 mil funcionários e folhas de pagamento que somam mais de R$ 38 milhões mensais. Os locais que admitiram o problema são Abreu e Lima, Camaragibe, Itamaracá, Itapissuma, Moreno, Paulista e São Lourenço. A sinalização é que o cenário é similar no restante do Estado.
Em Itamaracá, o prefeito Paulo Batista (PTB) assume que só terá dinheiro em caixa para pagar o 13º dos 500 servidores efetivos do município, que já receberam metade do abono. Os cerca de 450 funcionários não efetivos já estão recebendo com um mês de atraso. “Eu vou ter que optar: ou o salário ou o 13º. Porque juntando os dois, eu não vou poder pagar de maneira alguma”, lamenta.
A preocupação com o final de ano se estende também para o início de 2016, quando o salário mínimo subirá para R$ 865,50. Para Gino Albanez (PSB), prefeito de São Lourenço da Mata, a estagnação da economia vai fazer com que mesmo a arrecadação de novembro e dezembro, que sempre cresce por causa do Natal, seja uma “calamidade” para as prefeituras.“Os prefeitos do Nordeste se tornarão em breve chefes de departamento de pessoal. Arrecada, paga o pessoal e bate o ponto. Não faz mais nada. Nós vamos ter que pegar a chave da cidade e entregar”, critica. Na semana passada, ele autorizou uma série de cortes, inclusive no próprio salário, para que o município consiga atravessar os próximos meses sem penalizar os 2,8 mil funcionários.
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