Em meio à crise, políticos articulam parlamentarismo a prazo…

Por Ricardo Brito Com a simpatia do presidente Michel Temer e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, um grupo de parlamentares decidiu trabalhar pela aprovação de uma proposta que institui o regime de governo parlarmentarista como forma de dar uma resposta mais permanente para as constantes crises de governabilidade por que tem passado o país em sua história recente. A retomada do debate do parlamentarismo surgiu inicialmente com força durante a crise que culminou no impeachment da então presidente, Dilma Rousseff, e voltou recentemente, após a crise envolvendo Temer com a delação de executivos da JBS. O próprio presidente já defendeu em declarações públicas a adoção do sistema já para vigorar em 2018 ou para os eleitos em 2022, destacando o fato de que ele sempre busca governar com um modelo “semipresidencialista”. Continua…

Opinião: MDB, história e oportunismo.

Magno Martins O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), anunciou, ontem, que os dirigentes da legenda decidiram rebatizar a sigla com seu nome original: MDB – “Movimento Democrático Brasileiro”. Na prática, o PMDB apenas perderá o “P” de sua sigla, que se refere a “partido”. A troca de nome é parte de um movimento que inclui outras legendas para tentar modernizar os nomes das siglas antes das eleições de 2018. A iniciativa é efeito do desgaste do meio político nos últimos anos por conta de revelações de esquemas de corrupção, como o investigado pela Operação Lava Jato. A alteração deve ser colocada em votação na convenção nacional da legenda, em 27 de setembro. Segundo Jucá, a mudança de nome já foi comunicada, ontem mesmo, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo antes de a proposta ser analisada em convenção. “Quero rebater críticas de que o PMDB estaria mudando de […]

País rico é outra coisa…

Carlos Brickmann Pague mais, pague mais – O presidente dos Estados Unidos tem 377 pessoas trabalhando a seu lado. O presidente do Brasil tem 3.800, segundo levantamento do jornalista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br). A Justiça americana tem um carro de representação: o de uso do presidente da Suprema Corte. Os demais magistrados americanos não têm carro de representação. No Brasil, a partir da segunda instância, os magistrados (800, aproximadamente) têm carro de representação, com motorista, combustível, tudo por conta do Tesouro – ou, falando claro, por nossa conta. Os EUA, com população 50% maior que a do Brasil, têm 78 deputados federais a menos. E, com 50 Estados, têm cem senadores. O Brasil, com 27 Estados, tem 81 senadores. Os magistrados americanos têm salário parecido com o dos brasileiros. Mas não têm os penduricalhos, como auxílio-moradia, auxílio-escola e gratificações diversas. Por lei, nenhum servidor público brasileiro pode ganhar mais que um ministro do Supremo, […]

[ Ponto de vista ] O país no necrotério…

Por Ruy Fabiano Dez por cento dos homicídios do planeta ocorrem no Brasil, que é também campeão mundial na categoria em números absolutos: de 2011 a 2015, matou-se mais aqui que, no mesmo período, na Guerra da Síria: 278 mil e 839 contra 256 mil e 124. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O tema não consta da agenda política do país, não obstante versar sobre o bem maior da existência, que é ela própria. Nenhum tema pode se sobrepor ao da preservação física da população. E, no entanto, vários se sobrepõem. Basta consultar os discursos do Parlamento e as propostas de lei que lá tramitam. Há uma guerra civil em curso, mas as tais instituições – que os políticos garantem estar funcionando – não a enxergam. Dados do Mapa da Violência referentes a 2014 (os últimos atualizados daquela fonte) registram 59 mil e 627 pessoas […]

Corrupção em massa e desadministrações em série deprimem e paralisam o Brasil…

Por Pedro do Coutto A corrupção em massa, institucionalizada praticamente no país há 14 anos, ao lado de desastres administrativos numa sequência impressionante, em clima de total menosprezo aos que trabalham, eis aí o elenco de fatores que conduzem os brasileiros e brasileiras à depressão, causando o imobilismo social de alto grau, comprometendo o presente e lançando ao mesmo tempo perspectivas sombrias para o futuro. De fato, não se passa um dia sem que surja um novo exemplo de corrupção. Não se passa um dia, como é o caso do Rio de Janeiro em que não ocorram assaltos, violências, tiroteios e assassinatos. Os funcionários do estado, responsabilidade do desgovernador chamado Luiz Fernando Pezão, ainda não receberam o 13º salário de 2016. O pagamento mensal da grande maioria do funcionalismo encontra-se com atraso superior a 45 dias. Os pagamentos têm sido feitos divididos em parcelas mínimas, num sistema que atormenta, confunde […]

Opinião: Apatia das ruas favorece as manobras do Planalto para preservar o poder…

Via Correio Braziliense A pressão popular parou, não há protestos nas ruas nem panelas sendo batidas. O sociólogo Bruno Borges, professor da Universidade de Brasília (UnB) explica o motivo da apatia. “Em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais, há uma onda de negação das instituições e da política como espaço de resolução de conflitos. Essa realidade potencializa a tendência.” Internamente, afirma Bruno, há um sentimento de esgotamento na população. Diante de uma democracia muito recente, o país viveu momentos intensos de mobilização na década de 1990 — com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor — e a iniciada em 2013, que culminou na saída de Dilma Rousseff do poder. “Duas vivências que não conseguiram proporcionar uma terceira via. A partir daí, tudo piorou. Passamos a questionar o Executivo, o Legislativo e até o Judiciário. A sociedade questiona o seu poder de organização, porque não se chega a uma representatividade. […]

Dória, Joaquim e Bolsonaro são a novidade do Datafolha…

Inaldo Sampaio O Instituto Datafolha divulgou domingo o resultado de sua pesquisa mais recente sobre a intenção de voto dos brasileiros para presidente da República. Lula, como já era esperado, continua em primeiro na corrida eleitoral com 30% das preferências, mas não é mais novidade no processo e, além disso, corre o risco de ser preso a qualquer hora por ordem do juiz Sérgio Moro. Marina Silva em segundo lugar também não é novidade, pois ela já foi candidata duas vezes e ainda surfa no “recall” da campanha de 2014. O mesmo se diga de Geraldo Alckmin, que apareceu na quarta colocação (8%), pois já foi candidato em 2006 e governa São Paulo pela quarta vez. Novidade mesmo são  Jair Bolsonaro (PSC) com 16%, João Dória (PSDB) com 10%, percentual superior ao do próprio Alckmin, e Joaquim Barbosa (sem partido) com até 12%, dependendo do cenário, apesar de esses dois […]

[ Ponto de Vista ] Enquanto Temer se desmoraliza, Meirelles já está em campanha para 2018…

Por Carlos Newton Para os cientistas políticos estrangeiros, denominados “brazilianistas”, está cada vez mais difícil entender a política brasileira. Nos países tidos como civilizados (se é que já exista realmente algum…), jamais se viu uma situação como a do presidente Michel Temer. Pela primeira vez, um político chega ao poder por via de impeachment e um ano depois já se vê ameaçado de também sofrer cassação. As denúncias e provas já colhidas contra ele são muito mais graves do que as acusações feitas à sua antecessora, a presidente Dilma Rousseff, cujo envolvimento direto em corrupção somente agora vem sendo provado, mas apenas em caixa 2 eleitoral, reconheça-se. Os analistas estrangeiros enlouquecem, porque o mais incrível nesta trama é que Temer ainda tem condições de seguir em frente e terminar o mandato-tampão, que vai até 31 de dezembro de 2018. Continua…

Polícia Federal acusa Temer de corrupção, e a estrada do poder chega ao fim…

Por Pedro do Coutto Com base na delação da JBS e nas afirmações do doleiro Lúcio Funaro – reportagem de André de Souza, O Globo desta quarta-feira – a Polícia Federal acusou o presidente Michel Temer da prática de corrupção. Lúcio Funaro revelou o episódio em que 20 milhões de reais foram retirados da Caixa Econômica Federal e distribuídos para campanhas eleitorais de acordo com a seleção estabelecida pelo próprio Temer. Acrescenta a Polícia Federal que o presidente da República também sabia do pagamento de propina feito pela Odebrecht para obter contratos na Petrobrás. Lúcio Funaro atuava como operador do PMDB e revelou que repasses foram feitos para o ministro Moreira Franco e para os ex-ministros Gedel Vieira Lima e Henrique Alves. A quarta-feira, em matéria de imprensa, foi muito ruim para Michel Temer.  Além da reportagem de André de Souza, Carolina Brígido e Eduardo Bressiani, a mesma edição de […]