Servidores se preocupam com violência e intolerância em dias de votação

Por Gabriela Bernardes/Maria Eduarda Angeli/ Correio Braziliense –  A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) solicitou na última terça-feira (8) uma audiência com o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para discutir sobre a segurança dos servidores e dos cartórios eleitorais no pleito de 2022.
O ofício foi assinado pelos coordenadores Edson Borowski, Leopoldo de Lima e Thiago Duarte. Segundo a Federação, as eleições de 2022 foram discutidas no Encontro Nacional de Servidores e Servidoras da Justiça Eleitoral (Eneje), realizado em agosto do ano passado. “A segurança sanitária, e até física, nas eleições deste ano foi um dos temas do encontro, uma vez que servidoras e servidores estarão expostos a todo tipo de violência devido aos reiterados ataques de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral e à democracia”, salienta a Fenajufe.
Segundo os servidores, o Brasil passa por um momento de intolerância política muito grave e de ameaças ao sistema eleitoral”.
Edson Borowski explica que a Justiça Eleitoral tem uma estrutura espalhada em todo o país, com mais de 2,6 mil cartórios eleitorais. Por isso, a Federação quer levar à Presidência do TSE a necessidade de elaboração de um plano de segurança para as eleições de 2022. “Durante os últimos anos tivemos várias manifestações em frente a prédios da Justiça Eleitoral, relacionadas a questionamentos quando a lisura das eleições, pelo voto impresso”, diz. “A Fenajufe representa os servidores da Justiça Eleitoral em todo o Brasil, é importante que o presidente abra espaço para esta representação”, afirma.
“Temos preocupações quando a eventuais eventos violentos nos prédios e contra os servidores na próxima eleição. Iremos solicitar ao presidente que dialogue com os Tribunais Regionais Eleitorais para estudos preventivos para o dia da eleição. Já tivemos eventos violentos em outros países, como a Bolívia em 2019, e, claro, o mais grave, nos EUA em 2020, com a invasão do Capitólio — estamos prevendo uma eleição muito acirrada e os servidores têm muita preocupação com sua segurança”, descreve Borowski.
Em reunião no início de fevereiro com o então diretor-geral do TSE, Rui Moreira de Oliveira, a Fenajufe levou pautas de extrema importância para os servidores eleitorais: além da alteração do critério de escolaridade para ingresso na carreira de técnico (NS) e recomposição salarial, a unificação dos valores assistência médico-odontológica, auxílio-alimentação, saldo de horas extras de 2020 trabalhadas no período pós-eleitoral e passaporte vacinal para ingresso nos tribunais.
O ministro Fachin tomou posse no dia 22 de fevereiro e será responsável por conduzir as questões relativas à preparação das eleições, mas, a dois meses do pleito, deixará o TSE após completar sua passagem máxima de quatro anos.