Segunda onda de Covid-19 no Reino Unido bate recorde de mortes

G1

Desde o fim do segundo lockdown na Inglaterra, no início de dezembro, o número de pessoas admitidas em hospitais com Covid-19 no país tem aumentado rapidamente a cada dia.

Reino Unido vivia otimismo com o início da vacinação, mas nova variante do vírus deu início a um grande surto, que levou a novos fechamentos.

Nos últimos dias, o Reino Unido tem registrado números recordes de mortes devido à Covid-19. Segundo dados divulgados na sexta-feira (8/01), 1.325 pessoas morreram em 24 horas pela doença. Foi o maior número diário registrado desde o início da pandemia.

O governo diz que o total de mortes “continuará a aumentar até que a disseminação seja interrompida” e lançou campanha na Inglaterra estimulando as pessoas a “agirem como se tivessem” o vírus.

Alguns profissionais de saúde relatam que estão atendendo cada vez mais pacientes jovens. O que os dados mostram sobre as faixas etárias afetadas pelo vírus na segunda onda?

Mais infecções entre jovens

Os dados do sistema público de saúde mostram que há mais pessoas de todas as idades hospitalizadas com Covid-19 neste período em relação à primeira onda da Covid-19, em 2020. Isso inclui jovens e idosos.As infecções têm crescido entre adolescentes, estudantes e pessoas na faixa dos 20 e 30 anos nos últimos meses. Uma pequena parcela de pessoas nessas faixas etárias acaba inevitavelmente no hospital necessitando de tratamento.Mas é importante dizer que o padrão geral das pessoas com risco de adoecer gravemente ou morrer não mudou significativamente. Quanto mais velha for a pessoa (especialmente acima de 65 anos), maior será o risco ao contrair Covid-19.

Para pessoas com menos de 40 anos que foram infectadas, o risco de morte é de 0,1%. Ele sobe para mais de 5% para pessoas com mais de 80 anos, de acordo com a pesquisa do Imperial College London sobre a primeira onda.

Isso significa que o risco de morte devido à Covid-19 dobra, aproximadamente, a cada oito anos de envelhecimento.

Melhores tratamentos, maior conhecimento de como a doença progride e o lançamento de vacinas devem melhorar esses números na segunda onda.

Em nova campanha, governo pede que pessoas ajam ‘como se tivessem o vírus’ — Foto: Getty Images via BBC

Desde o início da segunda onda, no final de setembro, a maior taxa de internação hospitalar para casos confirmados de Covid-19 foi na faixa acima de 85 anos, seguida pelo grupo de 75 a 84 anos.

Crianças e adultos jovens têm registrado, desde o início, as taxas mais baixas de internação, quando comparadas a outras faixas etárias.

No entanto, em comparação com a primeira onda (primeiro semestre de 2020), mais crianças estão sendo admitidas no hospital diariamente, o que também acontece com adultos em todas as faixas etárias.

“As enfermarias infantis costumam ficar ocupadas no inverno”, disse recentemente Russel Viner, presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health.

“À medida que os casos na comunidade aumentarem, haverá um pequeno aumento no número de crianças que vemos com Covid-19, mas a grande maioria das crianças e jovens não apresenta sintomas ou apresenta apenas casos leves.”

Embora as pessoas de meia-idade sejam menos afetadas do que as pessoas com mais de 65 anos, elas não estão isentas de riscos.