Secretária de Educação diz para professores irem trabalhar de jegue…

A secretária de Educação, Cultura e Esporte e primeira-dama do município de Seropédica, no Rio de Janeiro, sugeriu que professores da rede municipal alugassem ou comprassem um jegue para ir à escola. A recomendação foi feita em uma reunião, no dia 18 de maio de 2017, onde compareceram diretores das escolas municipais. Nesse evento, a secretária Sônia Oliveira de Souza disse que só poderá pegar os ônibus escolares o funcionário que auxiliar as crianças no ônibus.

“Eles irão se comprometer com vocês a auxiliar a criança no ônibus. Aquele que não quiser ajudar, não tem problema. Não é obrigado, mas eu também não sou obrigada a dar carona pra ele. Ele vai a pé! Ou então, ele aluga um jegue. Tem um monte de jegue baratinho. Com R$ 200 você compra um jegue”, declarou a secretária, de acordo com o portal de notícias do O Globo.

Sônia diz que também que, se a escola é longe, isso não é problema dela, já que o professor sabia disso quando fez concurso e escolheu a unidade onde trabalharia.

Essa declaração revoltou professores do município e um deles, que preferia não se identificar, disse que essa é uma forma da prefeitura economizar, porque deixa de contratar um profissional próprio para a função. “Ela disse que precisa de pessoas para ajudar no ônibus. Libera carona, mas exige que o professor seja monitor e ajude a tomar conta das crianças para que dispense o monitor e poupe um salário para a prefeitura”, contou.

Continua…

O sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de Seropédica informou que seis escolas rurais recebiam o benefício do difícil acesso, que era de 10% sobre o salário. Desde junho do ano passado, o benefício pagos aos servidores da Educação foi substituído pelo adicional de acesso, no valor de R$ 160, para quem trabalha cinco dias na semana e de R$ 80 para quem trabalha dois.

“Essas escolas citadas no áudio são unidades de difícil acesso. Apesar dos professores e funcionários receberem essa ajuda de custo, não tem nenhuma linha de ônibus para que os funcionários cheguem ao trabalho”, explicou Roseli Novaes, coordenadora do Sepe Seropédica.

A secretária reconheceu que a declaração foi infeliz e pediu desculpas, colocando a culpa pela reação nas queixas de pais, que afirma que os professores ocupam os lugares das crianças nos ônibus.  “Foi um desabafo infeliz. Peço desculpas aos que se sentiram constrangidos. Minha reação foi consequência das reclamações de pais e mães de alunos que procuraram a prefeitura para se queixar de que alguns professores estavam ocupando indevidamente o espaço dos alunos nos ônibus escolares. Os professores de Seropédica recebem R$ 160,00 mensalmente como ajuda de custo de transporte. Estavam economizando dinheiro com a utilização indevida do transporte exclusivo para os alunos. Não esperava que a minha reação numa reunião com diretoras fosse ter essa repercussão toda. Foi quase uma brincadeira. Não tive a intenção de magoar ninguém”. (Diário de Pernambuco / Curiosamente)