Restituição do imposto de renda pode ser opção de investimento? Veja o que dizem especialistas

Por Matheus Jatobá/Diário de PernambucoA temporada de declaração de Imposto de Renda acaba na próxima terça-feira. No mesmo dia, a Receita Federal paga o primeiro lote de restituições. O montante é de R$ 6,3 bilhões, destinado a contribuintes que têm prioridade legal, idosos, pessoas com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave; o magistério. E se os recursos extras não estiveram comprometidos, uma boa forma de fazer com que o dinheiro renda, é buscar uma opção de investimentos.
Segundo o assessor de investimentos da Sicred, Rodrigo Fonseca, o valor a ser restituído pode ser uma opção para ingressar em um novo investimento. “Em instituições se consegue algum produto de investimento em poupança, fundos de renda fixa, CDB, conseguindo aplicar a partir de R$ 50. A pessoa que tem um valor a receber, ela pode juntar, por precisar a qualquer momento, então o ideal é que seja um produto mais conservador de investimento”, disse.
Tesouro direto
Rodrigo conta ainda que uma outra opção é o mercado de tesouro direto, mas ressalta que para investir é preciso de uma organização maior do que simplesmente não gastar dinheiro. “Pode iniciar uma jornada no tesouro direto, mas aí perde um pouco de liquidez. Para entrar nesse meio é preciso ter um planejamento. É fundamental, seja para investir, guardar dinheiro. Tem que ter muita disciplina, reservar para já, não deixar para depois”, afirmou.
Para o momento atual e por ser um ano eleitoral, o assessor da Sicredi recomenda que quem optar por novos investimentos, recorra a produtos mais conservadores. “É o momento da renda fixa, do CDB. Temos uma Selic que deve passar dos 13%, e o investimento superconservador, quanto a poupança, vai render sem se arriscar muito. É o momento de aproveitar e ano que caso tenha uma melhora no mercado, aí sim pode buscar um fundo de multimercados, ações, mas esse é um momento de cautela, aliado aos juros altos, o que favorece o investidor”, aconselhou.
Planejamento inteligente
Na avaliação do educador financeiro, Arthur Lemos, que participou do evento do Dia Sem Imposto da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), é importante que um planejamento seja inteligente para que não sofra interferências externas.
“Um planejamento inteligente vai além da técnica. No limite da simplificação, se quisesse ter R$ 12 mil daqui um ano, a pessoa vai dizer que é separar. Mas quando se vai ao pé da letra, precisa levar em conta o impacto inflacionário. Um bom planejamento também leva em consideração aspectos psicológicos, para se proteger de desvios comportamentais”, contou.
O planejador conta que uma forma de desenvolver um bom planejamento é utilizando de recursos tecnológicos. “Existem plataformas que unem finanças e tecnologia, respeitando aspectos comportamentais para realizar planejamentos financeiros. O mais importante é ter cuidado que não se pode terceirizar o planejamento sem saber o que está acontecendo. Se não tiver noção do impacto dele, se tiver algo diferente não vai ter uma condição necessária e o plano pode mudar o caminho”, recomendou.