PT resgata jingle de 1989 em nova campanha: ‘Lula já, pra acabar com a fome’

Por: Pedro Grigori – Correio Braziliense – O Partido dos Trabalhadores lançou, ontem (22), um novo clipe da pré-campanha presidencial de Lula. Com um tom mais emocional, a equipe do ex-presidente apostou em uma releitura do famoso jingle “Lula lá, uma estrela brilha”, usado na campanha de 1989, quando o petista disputou contra Fernando Collor.
A letra foi modificada para “Lula já, para acabar com a fome. Lula já, chama logo o homem”. Narrado por um homem com sotaque nordestino, a peça publicitária foca nos problemas econômicos do país. “O povo brasileiro quer voltar a ser feliz, quer oportunidade para trabalhar honestamente e colocar comida na mesa”, diz.
Indiretamente, a campanha faz críticas ao atual governo. “Tudo que a gente quer, já tínhamos conquistado. Infelizmente, perdemos o que já era nosso. Hoje a gente vê o rosto do brasileiro e enxerga ódio, invés de esperança”, segue o narrador.
Mudança na campanha
Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) subir nas pesquisas de intenção de voto, e, mais recentemente, Lula ter virado alvo de ataques por posicionamentos polêmicos, o PT reprogramou alguns passos. Na quinta (21), o partido decidiu afastar o marqueteiro Augusto Fonseca da pré-campanha de Lula.
O publicitário e diretor da agência MPB Estratégia e Criação era um dos pivôs da crise que tomou conta da equipe de comunicação do ex-presidente, comandada pelo ex-ministro Franklin Martins. Em nota, a direção do partido informou que, “por razões administrativas e financeiras, não foi possível consolidar a contratação da produtora MPB para participar da campanha eleitoral deste ano”.
Como justificativa para o rompimento, o partido informou que “não foi possível compatibilizar a proposta orçamentária com o planejamento dos recursos partidários”.
A nota não faz menção à permanência ou não de Franklin Martins no comando da comunicação de Lula. O ministro da Secretaria de Comunicação Social no segundo governo de Lula (2007-2010) está no centro de um embate interno do PT sobre os rumos da comunicação tanto da campanha eleitoral quanto da própria legenda.