Perdemos mais um grande músico para a Covid-19: Bráulio de Castro de tantos carnavais.

Blog Ricardo Antunes/Ênio de Andrade
Faleceu às primeiras horas deste domingo (20), no Hospital do IMIP em Recife, o compositor Bráulio de Castro, aos 78 anos. Quem deu a informação foi José Mario Austregesilo:
“Infelizmente o nosso amigo e compositor Bráulio de Castro partiu. Com ele segue a sua criação das letras das músicas, seus contos, suas poesias. Conosco a saudade e a tristeza de não estar participando dos nossos movimentos culturais do carnaval”.
Bráulio José Gomes de Castro nasceu em Bom Jardim (PE), em 18 de Agosto de 1942 e ficou conhecido como o compositor “de todos os ritmos”. Ele criou desde frevos como “Além de mim”, gravado em 1964, a sambas, como “Maria Luiza”, gravado por Cyro Monteiro.
Participou de diversos festivais: “Festival da Rede Globo”, classificando em 3º lugar a música “Cem anos de Monteiro Lobato – antes que acabem as flores” defendida pelo cantor Noite Ilustrada; “Festival da Record”, com a música “Recado de Adoniram para Arnesto”, interpretada por Fátima de Castro e Demônios da Garoa e o “Festival Canta Nordeste”, classificando em 5º lugar a música “Boi da alegria”, cantada por Ed Carlos.
Em outros festivais locais como “Frevança”, ganhou o 1º lugar com a música “Maracatu Quilombo” interpretada pela cantora Matilde. Em cinco edições do “Festival Recifrevo” conseguiu boas colocações: 1º lugar com “Bloco para Getúlio Cavalcanti” com o Coral Recifrevo e 4º lugar com o mesmo coral, desta vez com a música “Moysés, o menino da sombrinha” e ainda com o coral, “Tire a jangada da frente”. Em parceria com Fátima de Castro, classificou no “Recifrevo” a composição de sua autoria “Descompassado” e, no mesmo festival, “Faísca” (c/ Dimas Sedícia), gravada por Nonô Germano.
Dentre suas mais de 300 composições gravadas, destacam-se “Desafio”, com gravações de Alcione e também de Luiz Américo; “Porta é pra bater”, com Jair Rodrigues; “Bendito seja”, interpretada por Benito de Paula, e quatro sucessos na voz de Genival Lacerda: “O rádio”, “O disco”, “Rock do jegue” e “O gravador”.
Outros intérpretes também fizeram sucesso com suas composições, como Wilson Simonal “A vida é pra cantar”, Nerino Silva “Tá vendo”, o grupo Demônios da Garoa “Véio Mestre”, o cantor Noite Ilustrada “A profecia”, Fafá de Belém “Meu bombom”, Maria Alcina “O aperto”, Nando Cordel “Meu bom bom”, Alcymar Monteiro “Feitiço de mulher” e Cristina Amaral e Flávio José “Eu sou o forró”. Seus sambas “Herói sou eu” e “A malandragem entrou em greve” também alcançaram sucesso na interpretação do conjunto Originais do Samba, e “A vida é pra cantar”, gravada por Wilson Simonal.