Para Raul Henry, União “dá esmola com chapéu do outro”…

Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

Em meio ao debate gerado pela greve dos caminhoneiros e às interrogações sobre quem deve pagar a conta da redução do preço do diesel, o vice-governador do Estado, Raul Henry, à coluna, sublinha que a “concentração de recursos, pela União, ao longo do tempo, foi muito grande”. Realça que o “os estados ficam com, aproximadamente, 25% do bolo tributário, os municípios com 15% e a União, com 60%”. E emenda: “Quando você vai ver, quem assume a maior parte das despesas com Segurança, Saúde e Educação são os Estados e municípios”. Na esteira, observa o emedebista, “toda política de subsídio que o Governo Federal faz, não faz em cima dos impostos dele, faz em cima do IPI, que é receita compartilhada”. Ou seja, conclui Henry, “dá esmola com o chapéu do outro”.

Na esteira, Raul desabafa: “Pernambuco se credenciou para receber R$ 600 milhões de empréstimo do BNDES e, por retaliação política, o recurso não foi emprestado”. O vice-governador, então, adverte que “só o aumento da folha da Polícia Militar deste ano foi de R$ 600 milhões”. E arremata: “Mais do que isso: o Governo Federal pode emitir título da dívida e pagar suas despesas e o Governo do Estado não pode fazer isso”. Outro elemento enumerado por Henry, nessa balança, na qual ele aponta desequilíbrio entre o “cobertor” do Estado e o da União é o fato de estados do Nordeste estarem “menos endividados e com superávit primário do ano passado, quando quem teve déficit foi a União”. Henry dispara: “O dinheiro fica todo na União e, na hora de o sujeito abrandar o preço do óleo diesel, vai correr atrás dos Estados”. (Renata Bezerra de Melo  / Folha de Pernambuco)