Opinião – Entrada de Patrícia Domingos no jogo cria instabilidade na oposição

Grande sensação nesta fase de pré-campanha no campo oposicionista, a delegada Patrícia Domingos anunciou na semana passada a sua filiação ao Podemos para disputar a prefeitura do Recife. O desfecho não foi bem recebido pelos oposicionistas, que avaliaram que ela mal chegou e já queria sentar na janela. Para um dos pré-candidatos, se tirar o “delegada” do nome Patrícia Domingos ela vira uma completa desconhecida no processo eleitoral, o que não justifica uma postulação automática.

Para um deputado estadual do grupo oposicionista, a pré-candidatura de Patrícia é um sinal de incompetência e desarrumação da oposição, pois ficará claro que os atores tradicionais não tiveram capacidade de apresentar uma alternativa dentro da política para a disputa pela PCR.

O governo, que não tem nada a ver com a confusão da oposição, já fez movimentos de reaproximação com atores importantes como André de Paula, do PSD, e Raul Henry, do MDB, e teve no final de semana um forte aceno do PDT para a manutenção da aliança em outubro com a vinda de Carlos Lupi ao Recife. Neste contexto, a postulação do PSB, que tem como nome natural o deputado federal João Campos pode atrair até partidos que ainda integram o grupo oposicionista.

A divisão oposicionista e o comportamento do PT em relação à postulação da deputada federal Marília Arraes, onde os próprios correligionários podem minar seu projeto, poderão beneficiar diretamente o projeto do PSB no Recife, que novamente tem acertado na política antes da eleição começar como fez em 2018, o que garantiu a reeleição do governador Paulo Câmara. (Edmar Lyra)