Opinião: A nova briga pela boquinha

Por Magno Martins – A chapa da Frente Popular em Pernambuco, nos bastidores dada certa com a presença da deputada Teresa Leitão como candidata a vice-governadora na cota destinada ao PT pelo PSB, já enfrenta uma baita crise antes mesmo de ser formalizada. Em nota postada em suas redes sociais, Teresa disse, ontem, que se não for escolhida como candidata ao Senado não aceitará a vice.
Prefere disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Mas o PSB, especialmente o Coronel Danulo, pré-candidato a governador, não tem motivos para se preocupar. No PT, Teresa é uma joia rara em coerência e dignidade. Com certeza, haverá, a partir de agora, uma briga interna na legenda pela vaga de vice. Desde que chegou ao poder com Lula e virou uma pocilga de tantos e vergonhosos assaltos aos cofres da Nação, o PT passou a ser conhecido como o Partido da Boquinha (PB).
Achando que Danulo se elege governador, mesmo não tendo decolado, situando-se na faixa dos 6% nas pesquisas, isso já com dois meses de anunciado, muitos petistas vão travar uma guerra interna pela vice. Não se vota em vice, o cargo já vem no pacote de quem vota no candidato a governador. Mas, mesmo assim, a boquinha reservada é boa. Tem gabinete no Palácio Frei Caneca e uma penca de cargos. Tudo que o Partido da Boquinha persegue e briga sem o menor pudor.
Teresa Leitão, além da coerência e firmeza, não quer ficar sem mandato. Sua história na vida pública sempre foi construída e sedimentada no parlamento. Eleita deputada federal, depois de cinco mandatos estaduais, dará, sem dúvida, uma excelente contribuição ao debate das questões nacionais. 
Alvo é o Senado – Nas redes sociais, Teresa Leitão pontuou, com firmeza: “Em consonância com a estratégia do meu partido, o meu desejo é estar no parlamento federal em 2023 para, com Lula, fazer os enfrentamentos necessários nessa instância e devolver o Brasil aos rumos do desenvolvimento político, econômico e social. E para isso, minha candidatura precisa ser a deputada federal ou senadora. Sempre neguei as especulações em torno do meu nome para vice-governadora. Agradeço o reconhecimento e não o diminuo a importância do cargo, porém, nas atuais circunstâncias, ele foge ao foco estratégico da tática eleitoral e do fortalecimento do PT”. 
Luciana na parada – Com a decisão de Teresa, o que passou a ser comentado nos bastidores é que o PSB reservou a vaga para ela não apenas por ser do PT, mas também por ser mulher. Sendo assim, não está fora de cogitação a alternativa Luciana Santos, atual vice e presidente nacional do PCdoB. Há quem diga que a comunista se lançou para o Senado sem combinar com o PSB, justamente para barganhar a vaga de vice-governadora. Em tempo: não há inelegibilidade caso seja escolhida. Ela só ficaria inelegível se tivesse assumido o Governo, interinamente, depois do dia 2 de abril, prazo de desincompatibilização.