Opinião: A força dos Ferreiras…

Fruto do patriarca Manoel Ferreira(PSC), que foi deputado por vários mandatos até não se reeleger em 2010, os irmãos André e Anderson se mostraram verdadeiramente dois animais políticos. Em 2010, Anderson conseguiu ser eleito e ainda ajudou o irmão a ser eleito vereador do Recife com ampla votação em 2012. Em 2014, ambos foram eleitos deputados, com destaque para Anderson, que se elegeu com mais de 150 mil votos. A escalada não parou por aí, porque, dois anos depois, Anderson sairia vitorioso da disputa pelo comando da segunda maior cidade de Pernambuco e o cunhado da dupla, Fred Ferreira(PSC), também foi emplacado como vereador do Recife. Em 2018, André foi eleito deputado federal e Manoel retornou à Alepe após tanto tempo afastado. É inegável que a família represente uma das maiores forças políticas do estado, podendo desdobrar resultados importantes na engenharia partidária pernambucana. 

De posse de uma prefeitura poderosa, de uma bancada de 5 deputados estaduais e o comando de duas legendas, os Ferreira precisam, agora, focar na eleição de vereadores e prefeitos alinhados com o projeto em 2020, para que eles prossigam em regime ascendente e, a partir de um resultado razoável, começar a dar dor de cabeça ao Palácio. O próprio André, que chegou a dispor o nome para uma disputa de senador ano passado, pode disputar a prefeitura do Recife com o peso do segmento evangélico e o apoio da bem avaliada gestão do irmão. Mesmo que não fosse vencedor, a família se capitalizaria politicamente ainda mais com esta muleta e pensar em uma candidatura ao Senado ou ao Governo do estado.

Largando na frente, Anderson e André já procuraram levantar a bandeira do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e cooptar apoios nacionais em torno da reeleição na cidade jaboatonense, tida como prioritária para a cúpula do Partido da República. O grupo já demonstrou saber de olhos fechados sobre as voltas do jogo e coleciona uma série de vitórias, mas o que definirá o futuro do quarteto, daqui para a frente, são as eleições municipais no ano que vem, já que um pleito puxa o outro. Quem lida com política sabe que a dinâmica da coisa transforma todo o tabuleiro de maneira muito rápida e, às vezes, irreversível. (Marcelo Velez – Blog Ponto de Vista)