Onyx e Moro armaram operação…

O líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), que teve, ontem, o seu gabinete e o do filho, deputado Fernando Filho (DEM), vasculhados numa operação muito estranha da Polícia Federal, pode ter sido vítima de um complô armado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, coma anuência do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Apurei, ontem, em Brasília, que Lorenzoni e Moro aguardavam apenas a manutenção de Valeixo no comando da Polícia Federal para destruir de vez a reputação de Fernando Bezerra. A invasão aos gabinetes de pai e filho coincidiu no dia seguinte a efetivação de Valeixo e após o Senado, com o voto de FBC, rejeitar a recondução de procuradores para o Ministério Público Federal, figurões ligados a Moro.

FBC vivia momento de fortalecimento no Governo, elogiado pelo presidente e estava cotado para assumir a Casa Civil, justamente no lugar do seu suposto algoz. Há cheiro de molecagem no ar.

O dedo de moro – Moro ficou muito mal no episódio. Se não sabia, perdeu completamente o controle da Policia Federal. Se estava a par de tudo, foi de uma deslealdade extrema com Fernando Bezerra e ao mesmo tempo expôs o presidente Bolsonaro. Afinal, FBC até ontem não era um senador comum, mas o escudo do Governo para missões até quase impossíveis como líder na chamada Casa Alta.

Agenda em PE – Há dez dias, Sérgio Moro pediu ao senador Fernando Bezerra para agendar sua ida a Paulista para ontem, dia da operação da PF. Queria vistoriar o plano de combate à violência e a estrutura montada na cidade. Na terça-feira passada, ligou para o líder e cancelou a programação, sem apresentar motivos. O avião da FAB já estava reservado para levá-los a Pernambuco.

E Bolsonaro? – A invasão ao gabinete do senador e do seu filho provocou reações as mais diversas. Pego de calças curtas, FBC emitiu de imediato uma nota, através do seu advogado, estranhando o episódio. Mais tarde, diante de jornalistas, comunicou ter colocado o cargo de líder no Senado ao presidente Bolsonaro. A armadilha pode ter sido obra também de Bolsonaro. (Magno Martins)