Na economia, o pior já passou, há sinais de retomada, mas na política……

Por Flávio José Bortolotto

Apesar das turbulências políticas que atrapalham os negócios, a economia do Brasil vem mostrando sinais crescentes de retomadas. A Taxa de Poupança Bruta (o famoso Excedente) que em 2012 atingiu um pico de 20% do PIB e na recessão caiu ao mínimo de 14% no meio de 2016, já subiu para 16% do PIB e com viés de crescente alta. É claro que estamos longe do ideal de 25% do PIB, mas já estamos indo para o lado certo.

A Taxa de Investimento, que quase sempre é maior do que a Poupança devido à entrada de capitais do exterior, no pico entre 2011 e 2014 estava em 21% do PIB, na recessão caiu para 15,7% do PIB, mas dá sinais de reativação já a partir do terceiro trimestre de  2017. Longe ainda de um ideal de 28% do PIB, mas também para o lado certo.

PRODUÇÃO AGRÍCOLA – Nossa safra de grãos foi recorde em 2016 com 232 milhões de toneladas, deve bater novo recorde em 2017, crescendo mais 5% para atingir este ano 244 milhões de toneladas. A construção civil, nossa maior Indústria, que no pico de 2010 construiu cerca de 800 mil casas/apartamentos/lojas, e que no fundo do poço de fim de 2016 caiu para cerca de 400 mil unidades, deve virar o ano com 420 mil casas/apartamentos/lojas, como demonstra o aumento do consumo de cimento Portland. O setor automotivo, nossa segunda maior indústria, que no pico de 2010 construiu cerca de 4 milhões de veículos, e que no fundo do poço em 2016 caiu para cerca de 2 milhões, deve virar o ano produzindo em torno de 2,5 milhões.

REPATRIAÇÃO – O Programa de Repatriação de Divisas em contas no exterior rendeu em 2016 R$ 170 bilhões ou US$ 54 bilhões, deixando uma receita líquida para o governo de (15% multa + 15% de Imposto de Renda), ou seja, R$ 51 bilhões ou US$ 16 bilhões, quase o que se arrecadaria com um imposto do cheque de 0,25%. Neste ano de 2017, o mesmo Programa de Repatriação deverá render a metade destes valores, o que é outra receita líquida para o governo.

Não é descabida a previsão de que o PIB/2017 crescerá 1%, e que em 2018 (ano de eleição, principalmente presidencial) a economia cresça 3%, agora já tracionada pelo consumo, que representa cerca de 75% de nossa economia. O pior já passou.