Esquistossomose na mira do Estado de Pernambuco…

Cerca de 150 pessoas morrem por ano, em Pernambuco, vítimas de esquistossomose, doença parasitária transmitida por caramujos também conhecida como Schistosoma. No Estado, 101 municípios são classificados como endêmicos, correspondendo a 54,6 % do total e estão localizados nas regiões Metropolitana do Recife, Mata e parte do Agreste. De 2013 a 2017, 33.213 pessoas tiveram resultados positivos para a doença, mas 23.256 se trataram, ou seja, quase um mil pacientes ficaram sem tratamento. 

Preocupada com o cenário da enfermidade nesses últimos cinco anos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) vem reforçando estratégias de enfrentamento à doença juntos aos municípios com maior taxa de adoecimentos. Em Olinda, esta semana, a gestão municipal inaugurou um laboratório específico para a coleta e identificação de caramujos contaminados, além do mapeamento de possíveis áreas focais do parasito, que deve reforçar as ações de controle da esquistossomose na cidade. 

“O laboratório chega da necessidade de conhecermos nosso território e ver se somos ou não endêmicos para esquistossomose. Como é uma doença que não é vinculada diretamente ao local, a pessoa pode ter contraído durante um passeio ecológico em outra localidade e só descobrir anos depois, numa consulta médica. Acaba que ficamos sem saber onde e quando foi o contágio. Com a abertura do laboratório, vamos ter dados mais fidedignos e trabalhar a questão da política de saúde antes do adoecimento da população”, comentou o gerente de Vigilância Ambiental de Olinda, Henrique Silva. 

Ele explicou que, a partir da próxima semana, técnicos do Centro de Vigilância Ambiental vão até localidades onde foram confirmados casos humanos – em 2018, Olinda registrou 25 casos – coletar caramujos e testá-los para a presença do parasito. Um dos locais que primeiro deve receber os agentes é a Ilha de Santana, que concentra maior número de alagados na cidade e também computa casos humanos este ano. Henrique Silva disse que, havendo positividade nas análises dos caramujos, o Centro de Vigilância verá a possibilidade ou não de tratamento químico contra esse molusco vetor nas localidades.

(Folha de Pernambuco)