Efeito Inocêncio pode se repetir em 2018 …

Nas eleições de 2006 o então deputado federal Inocêncio Oliveira deixou o PFL no sentido de ser candidato a governador, chegou a assinar filiação ao PMDB mas quando percebeu que os dois partidos apoiariam Mendonça Filho, então vice-governador que herdaria o cargo para disputar a reeleição, decidiu ingressar no PL, atualmente PR, para presidir o partido no estado.

Líder de dezenas de prefeitos, Inocêncio Oliveira pediu duas secretarias a Mendonça Filho para apoiá-lo, mas como não teve uma resposta positiva, decidiu romper com Mendonça para ser um dos primeiros apoiadores de Eduardo Campos, que estava desacreditado nas pesquisas. Aquele posicionamento de Inocêncio foi fundamental para dar a Eduardo a condição de disputa que ele precisava, tanto é que a vitória de Eduardo teve início pelo Sertão onde Inocêncio Oliveira era muito forte.

Na eleição deste ano, o governador Paulo Câmara está repetindo Mendonça Filho e desconsiderando o peso de Sebastião Oliveira, que tem força semelhante a que Inocêncio tinha naquela época, e de Eduardo da Fonte que além de ter votos, tem também um partido importante e com tempo de televisão. Juntos, PR e PP têm votos e tempo de televisão para contribuir com Paulo Câmara se ficarem na Frente Popular ou atrapalhá-lo se decidirem migrar para o projeto liderado por Armando Monteiro.

Está óbvio que assim como Inocêncio naquela época que queria uma atenção de Mendonça Filho, Sebastião e Eduardo querem que Paulo Câmara reconheça o peso político e eleitoral de ambos destinando pelo menos uma vaga na chapa majoritária. Juntos, eles têm potencial para 500 mil votos caso sejam candidatos a federal, se forem para a oposição se elegem e ajudam a eleger mais um deputado federal somente com seus votos, tirando três vagas da Frente Popular e garantindo para a oposição.

Se naquela ocasião o apoio de Inocêncio Oliveira tirou Eduardo da condição de candidato desacreditado, o apoio de PR e PP a Armando Monteiro daria o molho que falta para a eleição ser mais acirrada. É importante que Paulo Câmara abra o olho e valorize os dois quadros sob pena de sofrer o que Mendonça sofreu em 2006 e depois dizer que ninguém avisou. (Edmar Lyra)