Candidatos a prefeito do Recife sobem o tom em debate eleitoral no segundo turno

Folha de Pernambuco

O debate realizado pela TV Clube/Record, ontem (20), serviu para os candidatos subirem o tom na disputa pelo segundo turno da Prefeitura do Recife. Temas como emprego, pandemia e educação estiveram no foco dos postulantes. Mas o debate também foi marcado por trocas de farpas sobre os partidos dos candidatos.

Durante o primeiro bloco, eles fizeram perguntas com temas livres um ao outro. A  petista abriu a rodada questionando o adversário sobre as ações de enfrentamento à pandemia. Em resposta, o socialista afirmou que nesse momento é fundamental respeitar a ciência e as autoridades sanitárias. Ainda sobre a pandemia, após uma pergunta feita por João, Marília falou sobre a proposta de um auxílio partindo da Prefeitura, destinando 1% da receita corrente líquida. 

Os candidatos também responderam perguntas de jornalistas. Uma delas foi sobre o enfrentamento ao desemprego e geração de renda. Segundo João, os jovens e o empreendedorismo serão alguns dos focos. “Vamos lançar o Embarque Digital. É uma área que a gente vai poder pegar o jovem da escola pública, dar um curso de dois anos e meio de nível superior para ele poder estudar e automaticamente conseguir uma vaga de tecnologia na área do Porto Digital”, afirmou o socialista.

Marília ressaltou que emprego e geração de renda serão algumas de suas prioridades caso seja eleita prefeita. Nas considerações finais, a petista relembrou sua trajetória política e ressaltou que o Recife nunca teve uma prefeita. “Agora a gente tem a oportunidade de ter e colocar as mulheres onde elas quiserem”, disse. 

João Campos encerrou o debate reforçando alguns compromissos com a cidade. “Temos aqui o compromisso de poder respeitar as pessoas, de olhar para o futuro com ânimo, de saber que a gente sempre vai querer avançar mais, que nenhuma mudança pode ser para trás ou para pior porque é da natureza humana sempre querer melhorar”, disse.

Ataques

O socialista seguiu com a estratégia de apostar no discurso da continuidade e avanço, com melhora dos pontos frágeis da gestão e ênfase nos seus acertos. Na ofensiva, ele aproveitou para criticar as propostas apresentadas pela candidatura adversária e a trajetória política da petista. “A candidata foi vereadora por 10 anos, tem 2 anos como deputada federal, mas não tem nada para mostrar em termos de projetos que ajudaram ou beneficiaram a vida das pessoas”, afirmou, enfatizando a sua trajetória como deputado federal. Ele também adotou o argumento de que “experiência” é diferente do que é “produzido com ela”. “Um conceito sobre experiência: é importante saber o que você faz com a experiência, o que você produziu com ela. Marília tem a experiência em fazer nada. Ela se incomoda quando a gente fala do mandato porque não tem o que mostrar”, ressaltou.

Em compensação, Marília fez questão de afirmar em diversas passagens do debate que possui trajetória e experiência política. Ela também fez questão de ressaltar que o comando de uma prefeitura deve ser dado a um gestor com mais estrada e vivência, em um contraponto à juventude do socialista. Em sua fala mais dura, nas considerações finais, a postulante afirmou que “prefeitura não é pirulito para dar a menino”, bateu.

Outra ofensiva da petista foi de ataque aos governos do PSB na cidade. Ela enumerou críticas às áreas da cultura, social, educação e habitacional do governo atual. “O Recife já mostrou que quer mudança, não quer mais o PSB”, bateu.

Em suas redes sociais, a petista também criticou a estratégia do adversário de criticar sua trajetória política e questionou o tratamento dado pelo rival a “uma candidata mulher”. “João Campos só sabe dizer que eu não sei, não pesquisei, que preciso estudar. É assim que você trata uma candidata mulher, advogada, com 10 anos de vida pública na política, deputada federal e pronta pra assumir a Prefeitura do Recife?”, atacou.