Bocas livres de políticos já deram até diarreias

Da coluna de João Alberto/Blog do Magno
João Lyra Neto: Durante mais de 30 anos promoveu a mais animada e disputada festa junina de Caruaru. Foi o Forró da Macambira, na sua fazenda nas imediações da Capital do Forró . Começou quando ele era prefeito e continuou por muitos anos. Era um enorme sucesso, reunindo em torno da piscina da casa grande, muitos e muitos nomes conhecidos, entre empresários, jornalistas e políticos. Tinha shows de artistas regionais, bonita decoração e um buffet de delícias juninas de comer ajoelhado. Devido às fortes chuvas a festa foi cancelada em 2017 e nunca mais voltou. Para tristeza de muita gente.
Jarbas Vasconcelos: Seu cozido marcou época por muitos e muitos anos. Primeiro, na sua residência no Rosarinho, depois na sua casa de praia, no Janga. O próprio senador, inclusive quando era governador, ia para a cozinha na véspera preparar o prato, depois, de pessoalmente ter comprados os ingredientes num supermercado. Acontecia constantemente, num deles fui intermediário em levar Carlos Wilson Campos, que restabeleceu uma amizade de décadas, que estava rompida. Recordo da emoção do encontro. O encontro começava às 11h e ia até o final da tarde. Sempre reunindo muitos jornalistas, políticos e amigos do anfitrião. Quem esteve lá, não tem dúvida: era o melhor cozido do mundo.
Eduardo Campos: Durante todos os anos em que foi governador de Pernambuco, manteve um hábito diário. Reunia, no final do expediente, um grupo de auxiliares e amigos mais ligados para tomar um uisquezinho na varanda do Palácio do Campo das Princesas, ao lado de Renata. Guilherme Uchoa, que era o presidente da Assembleia e sempre estava lá, sempre me contava os detalhes.
Joaquim Francisco: No período em que foi prefeito do Recife, toda sexta-feira, convidava um jornalista para almoçar, num restaurante da cidade, que variava a cada semana. Como não tinha outro participante, sempre gerava informações exclusivas. Como governador, manteve os encontros, porém com menos intensidade.
Ettore Labanca: Seu casarão, em São Lourenço da Mata, um local pra lá de agradável, foi cenário de almoços maravilhosos, com cardápio preparado pelo anfitrião, chef de mão cheia. Muitas vezes, entrava pela noite. Entre os mais assíduos participantes, Eduardo Campos, Sílvio Costa, Romeu Neves Baptista, Guilherme Uchoa.
José Mendonça: Durante todo o longo período em que foi deputado federal, manteve a tradição de reunir alguns colegas para o almoço no seu apartamento de Brasília, aproveitando o talento da excelente cozinheira que tinha. Alguns se tornaram habitués e outros sabendo da fama, como ele me revelou, se ofereciam para serem convidados. Estive duas vezes no encontro, a comida era mesmo deliciosa.
Izaias Régis: O “Buraco Frio” é um local muito agradável, onde os deputados costumam se reunir de forma descontraída entre as sessões. O acesso é apenas dos deputados e, em raras ocasiões, de convidados. Contabilizo três visitas ao local. De vez em quando, inclusive para comemorar seu aniversário, parlamentares traziam pratos. Um deles foi o ex-prefeito de Garanhuns, quando deputado. Encomendou uma famosa “galinha de cabidela” da sua cidade, colocou na mala do carro e veio para o Recife. O resultado foi, digamos, trágico: dezenas de seus colegas tiveram uma terrível dor de barriga com o prato, tão bom que vários repetiram. Alguns foram a hospitais, mas nada grave, outros tiveram que cancelar viagem programada. No dia seguinte, felizmente, estavam todos bem.
Wolney Queiroz: São famosos e disputados os jantares que promove para colegas, no seu apartamento de Brasília, sempre com pratos deliciosos e vinhos de rótulos famosos. Com um detalhe: ele não bebe nunca. Já na sua casa em Caruaru, recebeu, num São João, Dilma Rousseff, que era candidata a presidente da República e que até dançou forró.