Aumento de casos da Covid-19 leva o Hospital Português a fazer novas orientações para cirurgias

Folha de Pernambuco

O recrudescimento dos casos suspeitos e confirmados da Covid-19 no Recife levou o Real Hospital Português a emitir, ontem (10), um comunicado interno com novas medidas para a realização de cirurgias eletivas na unidade. A partir da próxima segunda-feira (16), por exemplo, os procedimentos estéticos estarão suspensos por tempo indeterminado. 

Além disso, foi ratificada a necessidade de realizar o teste de RT-PCR em pacientes encaminhados para cirurgias eletivas, direcionados para a área de “Fluxo Azul” do hospital, destinada a pacientes que não têm sintomas correspondentes aos da infecção pelo novo coronavírus. Outra recomendação foi para que a alta hospitalar seja agilizada após a realização do procedimento. 

O documento, datado desta terça-feira, deveria chegar ao conhecimento apenas dos profissionais da unidade. No entanto, acabou circulando em grupos de conversa por aplicativo. Através da assessoria de comunicação do Real Hospital Português, foi confirmada a veracidade do mesmo. 

O hospital, no entanto, disse que não comentará sobre nenhum outro assunto que esteja relacionado à Covid-19, sob a alegação de que essa demanda deve ser tratada sempre com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). A unidade é considerada uma das referências na rede privada de saúde no tratamento da Covid-19, tendo, inclusive, recebido os primeiros casos oficialmente notificados da doença no Estado. 

Desde a última quinzena de outubro, Pernambuco vive um cenário que aponta tendência de aumento de casos da doença. Primeiro, foi relatado aumento de fluxo nas emergências dos hospitais privados do Grande Recife. Isso foi seguido por informações de reabertura de leitos nessas unidades. Depois, o Samu Metropolitano confirmou aumento no número de chamados de urgência para casos suspeitos da Covid-19. 

Na semana passada, por sua vez, a ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI) da rede pública começou a subir e, agora, já está acima de 80%, taxa considerada limite para operar sem risco de superlotação e perigo de colapso. Alguns profissionais da saúde até sinalizam haver uma mobilização para reabertura de leitos desativados. 

A SES-PE, até a última entrevista coletiva concedida, na semana passada, reafirmou que os dados da Covid-19 não são sólidos o suficiente para afirmar que o Estado está em processo inicial de nova onda de casos. Inclusive, no último dia 3 de novembro, Pernambuco entrou na Etapa 11 do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, o chamado “novo normal”, com ampliação da capacidade de eventos, entre outras coisas. Até a última atualização dessa publicação, a reportagem tentou contato com a SES-PE, mas não obteve êxito.