Aliança com o PT deixa Jarbas em maus lençóis …

Líder nas pesquisas para o Senado, Jarbas Vasconcelos construiu uma trajetória de críticas contundentes ao PT, sobretudo no período em que foi senador entre 2007 e 2014, quando pegou o segundo governo Lula e o primeiro governo Dilma no Senado, sendo um dos expoentes da oposição ao PT quando pouca gente ousava ter coragem de criticar Lula. Desde 2015, eleito como o terceiro mais votado de Pernambuco que Jarbas exerce o mandato de deputado federal e seguiu em rota de colisão em relação ao Partido dos Trabalhadores, tendo sido a favor do impeachment de Dilma e se colocando a favor da PEC do teto de gastos públicos e da reforma trabalhista, que o PT criticou.

Nas eleições deste ano, quis o destino que Jarbas fosse candidato a senador na mesma chapa de Humberto Costa, de quem sempre foi adversário e que nunca teve sequer uma relação cordial. A aliança, até então inédita em Pernambuco, não foi muito bem digerida pelos eleitores de Jarbas que  lhe viram distante do PT nas últimas eleições. Apesar das críticas, Jarbas aparece oscilando entre 26% e 34% das intenções de voto para o Senado, porém está sendo inevitável os questionamentos dos próprios eleitores sobre este fato novo na trajetória política de Jarbas, que por diversas vezes mudou de lado conforme sua conveniência, como em 1994 quando aliou-se ao PFL para tentar derrotar Miguel Arraes, mas somente quatro anos mais tarde disputaria e venceria o governo de Pernambuco, depois em 2012 quando juntou-se a Eduardo Campos para dar sustentação a Geraldo Julio no Recife, e agora a aliança com o PT que muitos não acreditavam ser possível.

Recentemente, no episódio da prisão de Lula, Jarbas Vasconcelos foi taxativo quando defendeu a prisão do ex-presidente da República, porém, novamente mudou de ideia e agora se diz favorável ao direito de Lula de se candidatar, mesmo sabendo Jarbas como jurista que Lula está inelegível não só por estar preso, mas por ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa que proíbe a candidatura de condenados por órgão colegiado, ou seja, em segunda instância.

O eleitor de Jarbas Vasconcelos, que ainda o considera a principal referência política de Pernambuco, está demonstrando pelas redes sociais seu total descontentamento com a posição adotada por Jarbas neste processo eleitoral, muitas são as críticas pela postura contraditória de Jarbas que num momento diz uma coisa e depois muda de ideia. Para quem tem perfil de não voltar atrás no que diz como Jarbas, e foi por isso que ele cresceu na política, isso tem maculado sua imagem de forma que lá na frente, quando confrontado pelos seus adversários, ele possa ter ameaçada a sua liderança nas pesquisas para o Senado, ficando cada vez mais dependente da vitória de Paulo Câmara para poder voltar à Câmara Alta a partir de fevereiro de 2019. (Edmar Lyra)