Marina Silva diz que é preciso parar de culpar somente Dilma pela corrupção no país…

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A ex-candidata à Presidência da República Marina Silva rompeu o silêncio e afirmou que vivemos uma “crise civilizatória” em evento realizado em São Paulo na noite de quinta-feira sobre a democracia na internet. Para Marina, a sociedade precisa sair da posição de “espectadora da democracia” e parar de culpar a presidente Dilma Rousseff pela corrupção no país.

— Eu diria que a gente vive uma crise civilizatória, uma crise onde cinco grandes crises, econômica, social, ambiental, politica e de valores, constituem uma única crise, que é uma crise civilizatória. Enfrentar uma crise dessa magnitude não é algo fácil, nós não temos sequer um acervo de experiência que nos possibilite fazer isso — afirmou Marina.

Ainda filiada ao PSB e tentando viabilizar a criação da Rede, Marina disse que a democracia está em “uma espécie de estagnação” e criticou a polarização da política e a postura do que chamou de “núcleo de estagnados”, que não participa ativamente da política. 

— Aqui no Brasil está todo mundo muito feliz de dizer que a culpada pela corrupção é a Dilma. Enquanto a culpada pela corrupção for a Dilma, o Lula, o Sarney, o Collor ou Dom Pedro II, vai ter corrupção feia. Quando a corrupção virar um problema nosso, acabaremos com a corrupção ou criaremos instituições para coibi-la (…) Não é sustentável acharmos que a corrupção é o problema de uma pessoa, de um grupo ou de um partido — afirmou a ex-candidata.

Para Marina, estamos vivendo uma época de “democracia prospectiva”, onde todos podem participar do processo que antes era protagonizado por corporações, igreja, Estado, academia, sindicatos, ONGs e grupos de pressão.

— Eu tenho insistindo muito que a gente está num tempo em que é necessário democratizar a democracia exatamente por entender que ela está vivendo já uma espécie de estagnação. Pelo menos, se considerarmos quais são as estruturas e processos que temos e, em muitos casos, a visão de que isso leva à polarização e acaba que a gente não consegue entrar no que de fato está dentro da nossa região, do nosso país. (O Globo)