Marília Arraes pode ser novamente moeda de troca do PT …

Eleita deputada federal com a segunda maior votação de Pernambuco, Marília Arraes foi lançada por Humberto Costa como pré-candidata a governadora de Pernambuco com o objetivo de atrair o PSB e garantir a vaga de senador na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara. A estratégia deu certo e não só garantiu a reeleição de Paulo Câmara no primeiro turno como permitiu a renovação do mandato de Humberto no Senado como o mais votado do pleito.

Quando imaginava-se que o entendimento entre PT e PSB estava sacramentado, eis que surge uma nova dúvida na relação dos dois partidos, uma vez que alguns socialistas advogam da tese que o PT já foi contemplado com a reeleição de Humberto Costa, e que não há fundamento para que o governador seja obrigado a ceder uma robusta secretaria ao partido. Enquanto isso, petistas avaliam que o apoio do partido foi fundamental para a vitória do governador e que merecem ter um espaço representativo no governo. A exigência se dá, sobretudo, pelo fato de o partido ter sido varrido de muitos estados do Brasil, e apenas o Nordeste garantiu vitórias de governadores da sigla ou aliados, então a garantia de espaço no governo de Pernambuco será fundamental para abrigar membros do partido que estão sem ter onde ficar.

Diante do imbróglio envolvendo os dois partidos, o nome de Marília Arraes surge novamente como uma alternativa do partido para uma disputa majoritária, desta vez a prefeitura do Recife em 2020. O PSB considera que a vitória do sucessor de Geraldo Julio será vital para a manutenção da hegemonia do partido, e quanto mais candidaturas colocadas pior para aquele que for ungido pelo partido para o pleito. O nome de Marília Arraes, que virou pesadelo do PSB em 2018, seria novamente desesperador para o partido, se colocado na disputa pela prefeitura do Recife, o que acende o sinal de alerta no governo.

Faltando poucos dias para a confirmação do secretariado de Paulo Câmara, as definições relacionadas ao Partido dos Trabalhadores serão vitais para o pleito municipal, e por isso a temperatura entre os dois partidos que saíram vitoriosos do pleito eleitoral de 2018 tende a subir nos próximos dias se não houver um consenso quanto ao espaço dado pelo PSB ao PT no governo de Pernambuco e na prefeitura do Recife. (Edmar Lyra)