Famílias da Região Nordeste são as que mais devem no cartão …

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontam que a região Nordeste é a que possui mais famílias com dívidas no cartão de crédito: 81,7% contra 76,4% de média nacional.

Carnês e crédito pessoal vêm em seguida com 11,5% e 4,2% da preferência, respectivamente.

Falta de educação

Para o professor e consultor de economia e finanças, Ângelo Guerreiro Costa, esse quadro é reflexo da desvantagem econômica e da falta de educação financeira da população da região nordeste.

Ele alerta que o consumidor deve ter cuidado com os juros dos cartões de crédito, que, com taxas mensais que variam de 13% a 15%, podem chegar, no acumulado do ano, a 200% de juros.

Outras opções, como o crédito pessoal e o crédito consignado cobram juros, em média, de 60% e 50% ao ano, respectivamente.

“Se eu preciso comprar uma geladeira e posso parcelá-la em dez vezes sem juros no cartão, não tem problema. Mas se eu tenho um furo no meu orçamento e preciso dar conta de várias despesas, jamais deveria financiar isso no cartão de crédito”, aconselha.

Costa afirma que os problemas com o cartão de crédito geralmente têm origem no descontrole orçamentário, o que poderia ser resolvido com uma simples planilha.

A secretária Rísia Magalhães costuma fazer compras com o cartão de crédito, meio que lhe é habitual há quinze anos. Ela estima que 20% da sua renda mensal é consumida com o pagamento da fatura.

Rísia vê no “dinheiro de plástico” um facilitador na aquisição de bens. Mas ela conta que fica de olho na planilha para não exceder a capacidade de comprometimento.  “Quando vejo que o orçamento está ficando apertado, deixo de fazer outra coisa, como uma atividade de lazer, para equilibrar as despesas”, diz.

Inadimplência cai

O endividamento das famílias cresceu na região nordeste em 2013, passando de 58,9% em 2012 para 65,8% no ano seguinte. Esse índice é superior a média nacional em 2013, de 62,5%.  (A Tarde)