Chapinha a deputado federal pode crescer…

Apesar da tentativa de aliados de implodir a chapinha a deputado federal, a aliança entre PP, PCdoB, PDT e SD poderá ganhar um reforço. Nos bastidores, crescem as articulações para fechar a entrada do PROS no grupo. Com o partido, especula-se que viriam três socialistas com mandato: João Fernando Coutinho, Severino Ninho e Gonzaga Patriota. Eles estariam fugindo do que alguns políticos chamam de “chapão da morte” da Frente Popular para tentar viabilizar a reeleição. Mas, para além disso a iniciativa leva a um possível enfraquecimento da chapa do PSB, que começou a murchar. 

De acordo com o deputado Severino Ninho a possibilidade de ir para o PROS é boato, mas ao confirmar que houve tratativas para participar da chapinha, ele deu a entender que pode sair do PSB. “Vou conversar com o governador Paulo Câmara, com Sileno Guedes (presidente estadual da sigla) e com o presidente nacional (Carlos Siqueira). Tenho 30 anos de partido e não é fácil sair”, disse. O parlamentar participou, no último dia 22, na casa do deputado federal Augusto Coutinho, do encontro em que fechou a formação do grupo. 

Já João Fernando Coutinho, além da viabilização eleitoral, pode sair da sigla por causa de ruídos com o governador Paulo Câmara (PSB). Muito ligado ao ex-governador Eduardo Campos, o parlamentar reclama de que Paulo não dá espaço suficiente a ele na tomada de decisões. João Fernando cogitou se desfiliar, mas abafou a ideia após ameaças de ter as bases invadidas. A reportagem não conseguiu localizar João Fernando Coutinho nem Gonzaga Patriota.

Continua…

Procurado, o PROS informou que tenta formar uma chapinha com Rede, PMN e PPS, mas as conversas com os partidos da chapinha não ficam descartadas. A legenda teria tratado da possibilidade em um encontro com Renildo Calheiros (PCdoB), em Brasília. 

A chapinha do PP, PDT, PCdoB e SD passou a ser muito cobiçada porque, nos cálculos dos deputados, a disputa seria mais equilibrada e quem tem potencial de 50 mil a 60 mil votos teria chances de se eleger. No chapão, o político terá que ter pelo menos 100 mil votos. A expectativa é que a disputa seja acirrada já que 11 membros da Frente Popular têm essa faixa de votação, deixando menos “sobras de votos” para os colegas. A chapinha, por outro lado, tem bons puxadores de votos que ajudam na eleição de candidatos menos “populares”. 

Com isso, o chapão tem perdido musculatura, levando a uma ciumeira na base de Paulo Câmara (PSB), mas o clima esquentou depois que Uchoa Júnior (PSB), filho do presidente da Assembleia Guilherme Uchoa (PDT) foi vetado no grupo. As siglas haviam alegado que só aceitariam candidatos com menos de 50 mil votos. A ideia do presidente da Casa Joaquim Nabuco era filiar o filho no PDT. Especula-se que ele tenha cerca de 90 mil. Insatisfeito, Guilherme Uchoa foi pedir intervenção a Paulo Câmara, o que foi endossado por outros deputados. 

Outro ponto que estimula a formação de chapinhas foi a mudança no código eleitoral, em 2017, que permitirá que siglas que não alcançaram o coeficiente eleitoral, neste ano de 170 mil votos, possam disputar as vagas não preenchidas diretamente pelos coeficientes partidários. Antes, somente poderiam conquistar uma cadeira no Legislativo aqueles que tivessem atingido o coeficiente eleitoral. O deputado federal Silvio Costa (Avante), o estadual André Ferreira (PSC) e o vereador Davi Muniz (Patriota) tentam formar outras coligações à parte, mas nada foi fechado. (Folha de Pernambuco)